sábado, 23 de julho de 2011

O MEU CANTAR



O MEU CANTAR

Minha voz que canta
Minha voz que fala
É a canção
que te faz sonhar


A brisa leve que leva
Ao teu ouvido
o meu falar
É a melodia
a te hipnotizar


O meu falar que canta
Suave a bailar
pelo céu além do mar.
É o meu desejo a te tocar
E o meu beijo a te beijar

O meu falar que canta pelo ar no universo vem se juntar a canção, o amor, o poetar... para o teu coração acalmar e o teu sono ninar. Além do horizonte, anda o meu falar Levo-te meu canto, Anjo Azul do mar para te encantar e todo meu amor te dar! (Flor de Esperança)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A ARTE DE ESTAR COM OUTRO




A arte de estar com o outro

Amor significa a arte de estar com os outros. Meditação significa
a arte de estar consigo mesmo. São dois aspectos da mesma moeda. Uma pessoa que
não sabe como estar com ela mesma verdadeiramente não pode relacionar-se com os
outros. O relacionamento dela será inconveniente, sem graça, feio, fortuito e
acidental. Num momento tudo está indo bem e noutro momento tudo se foi. Ele
estará sempre indo para cima e para baixo; nunca ganhará profundidade. Será
muito ruidoso. Certamente ele lhe dará uma ocupação, mas não terá nenhuma
melodia nele, nem lhe alçará até as alturas da existência ou até as profundezas
do ser. E vice-versa: a pessoa que não é capaz de estar com os outros, de
relacionar-se, achará muito difícil relacionar-se consigo mesma, porque a arte
de relacionar-se é a mesma. Seja relacionar-se com os outros ou consigo mesmo,
não faz muita diferença: é a mesma arte.


Essas artes têm que ser aprendidas juntas,
simultaneamente; elas são inseparáveis. Esteja com as pessoas, não
inconscientemente, mas bem conscientemente. Relacione-se com as pessoas como se
você estivesse cantando uma canção, como se você estivesse tocando numa flauta;
cada pessoa precisa ser pensada como um instrumento musical. Respeite-as,
ame-as e adore-as, porque cada pessoa é uma face oculta do divino.


Portanto
seja bem cuidadoso, bem atento. Lembre-se do que você está dizendo; lembre-se
do que você está fazendo. Pequenas coisas bastam para destruir relacionamentos,
e pequenas coisas tornam relacionamentos tão belos. Às vezes basta um sorriso,
e o coração do outro se abre para você; às vezes basta um olhar errado em seus
olhos, e o outro se fecha - é um fenômeno delicado. Pense nisso como uma arte:
assim como o pintor é muito vigilante do que ele está fazendo na tela, cada
simples traço irá fazer muita diferença. Um pintor verdadeiro pode mudar toda a
pintura apenas com um simples traço.


A vida tem que ser aprendida como uma arte: muito cuidadosamente, bem
deliberadamente. Assim, o relacionamento com os outros precisa se tornar um
espelho: veja o que você está fazendo, como você está fazendo isso e o que está
acontecendo. Que está acontecendo ao outro? Você está tornando a vida dele mais
miserável? Você está provocando sofrimento nele? Você está criando um inferno
para ele? Então retire-se. Mude suas maneiras. Embeleze a vida ao seu redor.
Deixe que cada pessoa sinta que o encontro com você é uma dádiva: apenas por
estar com você algo começa a fluir, a crescer, algumas canções começam a surgir
no coração, algumas flores começam a se abrir. E quando você estiver sozinho,
então sente-se totalmente em silêncio, absolutamente em silêncio, e observe a
si mesmo. Assim como o pássaro tem duas asas, deixe amor e meditação serem suas
duas asas. Crie uma sincronicidade entre eles, assim eles não estarão de
maneira alguma em conflito um com o outro, mas cuidando um do outro,
alimentando um ao outro, auxiliando um ao outro. Esse vai ser o seu caminho: a
síntese entre amor e meditação.


Osho: The Rainbow Bridge, Pag.24

domingo, 10 de julho de 2011

DESEJO


Pintura rajastani de Sri Radharani, consorte de Krishna (deus hindu do amor). "Seu amor por Krishna é considerado inimaginável, ilimitado e incomparável. Sua beleza é descrita como superior a de milhões de cupidos" (Wikipedia).

"Desejo dizer-lhe as palavras mais profundas, mas não me atrevo, porque temo sua gozação. Por isso acho graça de mim mesmo e transformo em brincadeira meu segredo.

Duvido de minha angústia, para que você não duvide.

Desejo dizer-lhe as palavras mais sinceras, mas não me atrevo, porque temo que não acredite. Por isso as disfarço de mentiras e digo o contrário do que penso.

Me esforço para que minha angústia não pareça absurda para que você não ache que é.

Desejo dizer-lhe as palavras mais valiosas, mas não me atrevo, porque temo não ser correspondido. Por isso me declaro duramente e me orgulho de minha insensibilidade.

Desejo sentar-me silenciosamente a seu lado, mas não me atrevo, porque temo que meus lábios traiam meu coração. Por isso falo disparatadamente, escondendo meu coração atrás das minhas palavras.

Trato a mim mesmo com dureza, para que você não o faça.
Desejo separar-me de você, mas não me atrevo, porque temo que descubra minha covardia. Por isso levanto a cabeça e fico perto de você com ar indiferente.

A constante provocação de nossos olhares remove minha angústia sem piedade."

(Desejo, de Rabindranath Tagore)
 
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